Revirei as páginas de minha vida e me peguei pensando se na infância havia lido muitos livros. E para minha decepção pude perceber que não conseguia me recordar de nenhum título que me chamasse a atenção. Talvez até a 4ª série do ensino fundamental meus professores tradicionalistas não se preocupassem tanto com isso e poucas histórias me foram lidas nessa fase.
Quando entrei na 5ª série do ensino fundamental conheci uma professora de português chamada Vera que me despertou para a leitura. Ela passava muitas sugestões de leitura para a turma e eu sempre visitava a biblioteca. Foi com ela também que aprendi a gostar da língua portuguesa. Tudo que me ensinava aprendia com facilidade e então fui degustando passo a passo a reflexão da língua. Tive as melhores aulas de língua materna até a 8ª série do ensino fundamental.
Algo dentro de mim impulsionava para o caminho dessa professora. Tomei a decisão de fazer o curso normal, mesmo um pouco confusa de que caminho profissional seguiria. Durante os quatro anos de curso normal foi que descobri a verdadeira vocação: lecionar.
Numa escola de educação infantil pude colocar em prática toda vontade de ensinar. O momento mais maravilhoso era poder sentar em círculo com meus pequenos alunos e abrir um livro cheio de gravuras que encantavam. Nesse momento despertava em mim a contadora de histórias. Fiz de tudo para que meus alunos tivessem uma experiência marcante com os livros, coisa que eu não tive. Aos finais de semana, cada um levava um livro para os pais lerem com seus filhos e quando voltavam na segunda-feira, os alunos ficavam ansiosos para contarem suas histórias na "roda de conversa". No decorrer do ano, o meu maior prazer era ver esses alunos se alfabetizando, escrevendo suas primeiras letras e lendo seus próprios livros. Foram sete anos maravilhada com essas "gotinhas de sabedoria".
Mas nossa vida sempre passa por fases, como a transformação de uma lagarta em borboleta. Sim, também sofri uma metamorfose. Até o ano de 2005 vivi numa cidade do interior de São Paulo, ao lado dos pais, lecionando para alunos de pré-escola, fazendo faculdade de letras, vivendo, namorando, divertindo-me, terminando a faculdade, lendo, ah claro, os livros não poderiam ser esquecidos.
Em 2006, saí do casulo, sofri literalmente a transformação, casei-me, deixei meus pais, deixei meus alunos, deixei minha cidade, deixei meus amigos e vim morar na capital do Brasil, acompanhando meu marido.
No meu primeiro ano aqui, fiquei afastada da sala de aula, ainda estava fragilizada com a transformação. No segundo ano, uma nova experiência: trabalhar com adolescentes.
Ao final de 2008, posso dizer apesar dos obstáculos que enfrentamos com os jovens de hoje, que dei um salto positivo em minha vida, estou exercendo verdadeiramente minha profissão. Agora o que me resta é fazer com que a "borboleta voe mais alto" em busca de novos horizontes, em busca de novos conhecimentos, novos cursos, novos livros, novas maneiras de trabalhar com os alunos no mundo de hoje. Eu ainda não li o quanto deveria, mas quero iluminar ainda mais o meu caminho com as luzes do saber e isso só será possível se eu nunca parar de ler.
Quando entrei na 5ª série do ensino fundamental conheci uma professora de português chamada Vera que me despertou para a leitura. Ela passava muitas sugestões de leitura para a turma e eu sempre visitava a biblioteca. Foi com ela também que aprendi a gostar da língua portuguesa. Tudo que me ensinava aprendia com facilidade e então fui degustando passo a passo a reflexão da língua. Tive as melhores aulas de língua materna até a 8ª série do ensino fundamental.
Algo dentro de mim impulsionava para o caminho dessa professora. Tomei a decisão de fazer o curso normal, mesmo um pouco confusa de que caminho profissional seguiria. Durante os quatro anos de curso normal foi que descobri a verdadeira vocação: lecionar.
Numa escola de educação infantil pude colocar em prática toda vontade de ensinar. O momento mais maravilhoso era poder sentar em círculo com meus pequenos alunos e abrir um livro cheio de gravuras que encantavam. Nesse momento despertava em mim a contadora de histórias. Fiz de tudo para que meus alunos tivessem uma experiência marcante com os livros, coisa que eu não tive. Aos finais de semana, cada um levava um livro para os pais lerem com seus filhos e quando voltavam na segunda-feira, os alunos ficavam ansiosos para contarem suas histórias na "roda de conversa". No decorrer do ano, o meu maior prazer era ver esses alunos se alfabetizando, escrevendo suas primeiras letras e lendo seus próprios livros. Foram sete anos maravilhada com essas "gotinhas de sabedoria".
Mas nossa vida sempre passa por fases, como a transformação de uma lagarta em borboleta. Sim, também sofri uma metamorfose. Até o ano de 2005 vivi numa cidade do interior de São Paulo, ao lado dos pais, lecionando para alunos de pré-escola, fazendo faculdade de letras, vivendo, namorando, divertindo-me, terminando a faculdade, lendo, ah claro, os livros não poderiam ser esquecidos.
Em 2006, saí do casulo, sofri literalmente a transformação, casei-me, deixei meus pais, deixei meus alunos, deixei minha cidade, deixei meus amigos e vim morar na capital do Brasil, acompanhando meu marido.
No meu primeiro ano aqui, fiquei afastada da sala de aula, ainda estava fragilizada com a transformação. No segundo ano, uma nova experiência: trabalhar com adolescentes.
Ao final de 2008, posso dizer apesar dos obstáculos que enfrentamos com os jovens de hoje, que dei um salto positivo em minha vida, estou exercendo verdadeiramente minha profissão. Agora o que me resta é fazer com que a "borboleta voe mais alto" em busca de novos horizontes, em busca de novos conhecimentos, novos cursos, novos livros, novas maneiras de trabalhar com os alunos no mundo de hoje. Eu ainda não li o quanto deveria, mas quero iluminar ainda mais o meu caminho com as luzes do saber e isso só será possível se eu nunca parar de ler.