"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. "
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Interação

Desde o nosso nascimento somos socialmente dependentes dos outros e através da linguagem dos adultos aprendemos a nos comunicar. Assim, o desenvolvimento humano ocorre a partir das relações sociais que a pessoa estabelece no decorrer da vida.
Quando a criança entra na escola, leva consigo a bagagem de conhecimento que acumulou através da oralidade. Logo, ela já conhece o sistema da língua materna antes mesmo de aprender a ler e escrever. Ou seja, ela já faz uso de textos em sua comunicação, sem mesmo saber o que isso significa no nosso mundo.

Porém na sala de aula, nós professores tendemos a priorizar como texto a escrita dos alunos, esquecendo-nos que a expressão corporal e a oralidade também são textos e que esses códigos devem ser aproveitados no processo de ensino-aprendizagem.
Além de trabalhar textos escritos, nós professores precisamos também usar outros recursos como forma de aproveitar a oralidade do nosso aluno, desenvolvendo atividades como dinâmicas, entrevistas, debates, apresentações de jornais e outros.
É preciso desenvolver a linguagem dos alunos para que entendam que o seu uso deve ser adequado a cada situação, que as gírias não podem aparecer, por exemplo, em uma apresentação de jornal.

A sala de aula deve ser considerada um lugar privilegiado de sistematização do conhecimento e o professor um articulador na construção do saber. Isso não significa que na sala de aula somente o professor informa e os alunos assimilam as informações, ao contrário, ela deve ser um ambiente interativo, onde todos terão a possibilidade de falar, levantar suas hipóteses, questionar e chegar a conclusões.
Falando sobre interação, lembremos qual a definição dos dicionários para essa palavra (Interação: ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais coisas, entre duas ou mais pessoas; força que duas partículas exercem uma sobre a outra).
A partir dessa definição concluímos que a interação nem sempre ocorre em toda sala de aula, pois nos momentos em que houver apenas a emissão do conhecimento através do professor, entretanto o aprendizado ficar comprometido, não haverá interação. Em sala de aula para existir interação professores e alunos devem construir juntos o conhecimento.

Essas sugestões vêm derrubar a idéia de uma escola que durante anos exerceu a função dominante do saber, lugar em que deveria prevalecer o silêncio, cuja tarefa do professor era ensinar uma imensidão de teorias e a do aluno, apenas de copiar e escutar a explicação. Se o aluno não aprendia, o professor nem se preocupava em saber, pois estava ali apenas para passar informações prontas.

Uma aula interativa é muito mais fascinante para aluno, pois ele descobre que o saber não é algo que vem pronto, ao contrário, o saber se constrói através dessa troca de conhecimento que existe entre o ensinar e o aprender.

“...Quem gosta de viver não tem preguiça de reinventar, nem medo de ousar. Quem gosta de viver não tem medo de ternura, da gentileza, do amor. Quem gosta de viver, educa!...” Gabriel Chalita

Um comentário:

Professora Tamar Rabelo disse...

Realmente a interação é uma coisa de importância muito grande nas ações educativas.

só queria comentar uma coisa que eu acredito que pode te ajudar um pouco.

Quando você fala sobre a disciplina, há uma possibilidade de interpretação incorreta da sua fala, pois é necessário que haja na sala um ambiente de fala e de escuta, inclusive para que se estabeleça a interação é necessário que o um escute o que outro fala, pense a respeito e formule suas argumentações, portanto é necessário educar os nossos alunos com relação ao quesito disciplina e deixar claro que o momento de debate não é um momento de embate. Até para que a produção de conheciemento seja real e o nosso aluno aprenda também a ouvir e ser ouvido, afinal essa é uma das prerrogativas da democracia.

Um beijo
Tamar