"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. "
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Leitura, Interpretação e Produção de Textos

O Curso de Alfabetização e Linguagem não tem a finalidade de dar fórmulas mágicas para o trabalho com a leitura e produção de textos, mas sim de encontrar conjuntamente o melhor caminho para despertar no aluno o interesse pelo mundo da leitura influenciando assim na sua escrita.

No início do nosso primeiro encontro, contemplamos a leitura do livro "A moça tecelã" de Marina Colasanti e com ele foi possível fazermos uma reflexão do que ocorre com a vida de muitas pessoas que fazem escolhas erradas e depois se arrependem. Para ensinar é preciso repensar as atitudes e escolher o melhor caminho para atingir os objetivos a serem alcançados.
Partindo da analogia do ato de tecer com a vida, chegamos à conclusão que em nossa história profissional encontramos os "nós" que nos impulsionam e que nos marcam. Assim, no decorrer do curso, recebemos a proposta de pensar sobre os "nós" de nossa vida profissional. "O que ou quem nos influenciou na carreira do magistério?", "Qual foi a situação mais marcante em sua profissão?" Essas foram algumas das questões propostas.
Aprendi a olhar dentro de mim mesmo e pensar em como escolhi minha profissão. Foi aí que me lembrei de uma professora de Português da 8ª série, chamada Vera, pessoa que me fez entender e gostar do estudo da língua do nosso país.

Logo após a reflexão, todos relataram um pouco de sua história. É maravilhoso pensar que nossas vidas formam belos tecidos, que cada um de nós temos mãos de tecelãs e mesmo que alguns "nós" se formem durante todo trabalho (a vida), seremos capazes de continuar nossa árdua missão, continuar a tecer o fio da existência.

Após essas reflexões, algumas questões foram discutidas acerca do trabalho com a Língua Portuguesa: "Como você costuma trabalhar a Língua Portuguesa?"; "Quais os apectos são privilegiados na sua prática?"; "Quais os recursos mais utilizados na sua sala de aula?"; "Quais os tipos textuais mais utilizados por você?"; e "Qual a importância da leitura e da oralidades no seu planejamento?"
Através dos comentários de cada professora, percebemos a dificuldade em despertar nos alunos o gosto e o prazer de ler. Essa dificuldade é uma conseqüência da realidade cultural em que vivem, realidade essa em que "livros" não fazem parte da rotina da maioria deles, pois muitos desses alunos não encontram nos pais o hábito da leitura, quer por uma questão econômica ou porque esses mesmos pais não são alfabetizados. Por isso, cabe à escola o papel de introduzir esses alunos no mundo das letras.

Ao final fizemos a leitura do texto "Celulares _ Só faltam dominar o mundo" (Antônio Brás Constante) , e a proposta de atividade é a sugestão das formas de trabalhar com o mesmo. Mas isso é uma atividade que discutiremos no próximo encontro.
Foi o início de um curso enriquecedor, e acredito que ao longo de outros encontros só temos a crescer com a troca de experiência, a crítica construtiva, o debate e propostas de um trabalho diferenciado.

"A minha preocupação não está em ser coerente com as minhas afirmações anteriores sobre determinado problema, mas em ser coerente com a verdade. O erro não se torna verdade por se difundir e multiplicar facilmente. Do mesmo modo, a verdade não se torna erro pelo fato de ninguém a ver." Mahatma Gandhi

Um comentário:

Professora Tamar Rabelo disse...

Olá...
Adorei ler o seu blog.
enquanto lia, pensava em algumas coisas a respeito da importância da comunicação virtual e do nosso uso desses espaços, como veículo de interação com os nossos alunos.

Imagina o quanto seria interessante seus alunos terem o prazer de compartilhar textos belíssímos no seu blog.

talvez a percepção que eles tenham sobre você enquanto professora mude, de repente você pode conseguir uma aproximação maior com o seu aluno.

Ele passará a ver você como aquela pessoa que escreve, não apenas como aquela pessoa que manda escrever. Isso vai mudar bastante a relação entre você o seu aluno.

Gostei dos seus textos, espero que tenhamos mais momentos interativos como esses.