"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. "
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A Linguagem e a escrita

Esse é o quarto encontro e como tem sido bom socializar idéias, discutir, traçar novos caminhos e tentar acalmar as angústias que nós professores sentimos quando falamos em trabalhar textos. Talvez toda essa angústia aconteça porque a escola tem priorizado o trabalho com a escrita e deixado em segundo plano o desenvolvimento da oralidade.

Sabemos que nosso aluno quando ingressa na escola traz consigo toda linguagem que aprendeu durante sua vivência. Sua fala é marcada pela influência dos pais, dos amigos e da comunidade em que está inserida.

Hoje, durante uma atividade pudemos ouvir a gravação de uma entrevista feita com jovens estudantes em um evento esportivo e, em seguida, fizemos uma análise de toda linguagem usada. Constatamos que a variedade lingüística predominante durante a entrevista foi a gíria e que as respostas dadas pelos jovens ao entrevistador eram superficiais, evasivas e repetitivas. Assim, concluímos que a linguagem do nosso aluno precisa ser trabalhada de forma que ele saiba usá-la adequadamente em cada situação. Durante uma entrevista, por exemplo, o uso da gíria pode tornar a entrevista impossível de se entender, pois ela é uma linguagem que pertence a um grupo específico e só ele muitas vezes é quem detém o significado das palavras usadas.

Numa outra atividade, analisamos redações de alguns alunos e pudemos perceber a marca da oralidade registrada nas mesmas. É preciso desenvolver no aluno um senso crítico em relação a seus próprios erros, para isso podemos criar uma ficha de avaliação em que constem os itens cobrados pelo professor. Com base nessa ficha, o aluno poderá rever o seu texto e reescrevê-lo, consertando os erros necessários. A partir daí, o aluno perceberá que escrever é um ato que requer reflexão e conhecimento da língua.
Nosso papel de professor é desenvolver no aluno a capacidade de buscar a sua forma de aprender. Logo, o erro deve ser visto como uma ponte pela qual todos precisam passar para chegar até o correto. Assim é que se constrói o conhecimento.

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