
Esse filme mostra claramente o domínio do homem sobre a mulher, as diferenças étnicas entre as personagens: índios, negros, portugueses, espanhóis, além disso, fica-nos clara a mudança ocorrida com a língua portuguesa. É uma linguagem falada por volta do século XVI e que, em muitos momentos do filme ficaríamos sem entender o que estavam falando não fosse a presença da legenda que nos orientou.
Essa mesma língua falada por eles é a nossa língua portuguesa dos dias de hoje. Mas então, por que temos tanta dificuldade em entendê-la?
A língua que eles usavam tinha uma formatação diferente da nossa atualmente. Especificamente as formas verbais foram as que mais mudaram. Através do filme percebemos o uso de algumas palavras como por exemplo "suzinho" ao invés de "sozinho", que hoje, se ouvimos alguém falar daquela forma, consideramos como um "erro".
Há um mito no ensino da língua portuguesa. O que muitos consideram como erro é na realidade uma diferente forma de falar e que se formos analisar diacronicamente a "palavra" chegaremos à conclusão de que em algum momento histórico-cultural a mesma palavra considerada erro foi usada por falantes da língua portuguesa.
Porém, se uma língua apresenta uma distância tão grande entre uma forma de falar e entender, vêm-nos a questão: será que falamos a mesma língua? Então os linguistas responderiam que a língua é a mesma e que nós poderíamos nos considerar bilíngues, pois temos dentro de uma mesma língua várias formas de nos comunicar, basta escolher entre a forma padrão e a coloquial. E sabemos que por vários motivos (social, econômico, nível de formalidade, nível escolar...) grande parte das pessoas fazem uso da forma coloquial da língua, até mesmo as pessoas consideradas "estudadas".
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