"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. "
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Gêneros textuais e Produção Lingüística

Quanto mais pensamos que sabemos tudo e já não temos o que aprender, é que estamos enganados. A escola é sempre um aprender e reaprender. Nós professores estamos em constante aprendizado e é preciso sempre se atualizar, pois as mudanças no mundo de hoje são rápidas, precisamos aceitar as novas tecnologias em nossas vidas e fazer delas um grande suporte em sala de aula.
Digo isso porque hoje em nosso curso analisamos algumas colocações de Luiz Antônio Marcuschi sobre os "Gêneros Textuais e Produção Lingüística" e chegamos a conclusão de que muitos livros didáticos dão uma noção equivocada sobre gêneros textuais e tipos textuais. É preciso se atualizar, voltar a estudar temas que achamos serem de nosso total domínio.
O que sabemos é que os textos não são modelos estanques, ao contrário, eles mudam de forma, porque há interação. Exemplos claros são textos que possuem estrutura de poema, porém fazem uma narrativa, receitas em forma de poesia, narrativas com linguagem poética e outros mais.
Para Marcuschi, "tipos textuais são modos textuais, eles abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção; ou seja, é um conjunto limitado, sem tendência a aumentar."
Ainda segundo o mesmo autor, "os gêneros textuais são o textos concretizados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sócio-comunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. Como exemplos encontramos romance, bilhete, carta, receita culinária, piada, e-mail, notícia e outros."
Há muita controvérsia sobre considerar a linguagem de um e-mail ou de um bate-papo como um gênero textual. Muitos professores criticam esta linguagem, dizendo que ela veio para acabar com a Língua Portuguesa e que os alunos estão desaprendendo a gramática. É uma discussão que nos faz abrir os olhos, as mudanças estão acontecendo e precisamos aceitá-las. O problema é como trabalhar usando esse suporte de forma adequada. Precisamos fazer com que nossos alunos percebam que na escola, durante uma produção textual não poderão usar a linguagem da internet. Que a linguagem da internet se aproxima da linguagem oral para se tornar rápida e dinâmica, e seu uso é próprio para se comunicar virtualmente com as pessoas. Que na internet também encontramos textos para pesquisas e que esses textos devem ser analisados criticamente antes de serem colocados em trabalhos.
Acredito que antes de mais nada, nós professores é que precisamos aprender como lidar com as novas tecnologias para instruirmos nossos alunos. E se querem saber, nesse campo eles já tem muito a nos ensinar, é por isso, que hoje a escola é mais do que sempre foi um campo de ensino-aprendizagem, todos sempre têm algo a aprender e a ensinar.

Um comentário:

Professora Tamar Rabelo disse...

Oi Elisete, sempre visito o seu blog, mas nem sempre deixo comentários. Hoje gostaria de dialogar com o seu texto. A questão dos gêneros é fundamentais, pois se trabalharmos os textos, estaremos trabalhando a língua de forma consistente. De fato precisamos ser professores-pesquisadores, pois sem a ferramenta conhecimento, jamais conseguiremos tirar o nosso aluno da caverna. Muito pelo contrário, colocaremos grilhões mais pesados em seus pés. Um beijo