"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. "
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)

terça-feira, 1 de julho de 2008

II Fórum do CEFORME (Heranças da Leitura)


Nosso encontro nessa manhã do dia 01 de julho começou com a apresentação do Projeto ÁGUA, de cunho artístico, cujo objetivo é a conscientização dos nossos alunos sobre a importância da água para o Planeta. Haverá palestra na escola, um teatro com dramatização de um texto poético e uma dança, além de um debate com alunos, professores e os artistas do projeto. A apresentação da dança e da dramatização foi emocionante, envolvendo-nos a tal ponto que nos faz realmente sentir como seria um Planeta sem água.
O segundo momento desse encontro contamos com a presença da escritora Maria Antonieta Cunha e seu filho Léo Cunha, também escritor. Maria Antonieta é uma grande especialista em leitura. Na sua apresentação falou de sua experiência como escritora, além de ser mãe e educadora. Seu gosto com a leitura começou cedo quando a mãe lia para ela ainda pequena. Depois, ao ingressar na escola teve o privilégio de ser aluna de uma professora que lia para seus alunos, sempre 10 minutos antes de acabarem as aulas. Lia sem cobranças, por prazer de ler e contagiava seus alunos, inclusive ela, Maria Antonieta. "Nada pode substituir a experiência da literatura".
Uma das experiências marcantes de sua idade escolar foi também o "caixote de livros", todo dia um aluno escolhia um livro para levar para casa, e assim sempre devolviam sem precisar fazer nenhum controle sobre os livros emprestados. Segundo Maria Antonieta, "hoje falta um trabalho mais adequado e mais amoroso com a literatura; o contato com a literatura pode fazer a diferença: para se ter uma melhor crítica, uma melhor consciência..."
Precisamos definir claramente o papel da escola no incentivo à leitura. Depois dos pais que lêem para seus filhos, o (a) professor (a) deve assumir esse papel, especialmente quando os pais não lêem para os filhos. Professores precisam ler e ensinar a gostar de ler. Essas foram algumas das palavras de Maria Antonieta.
Em seguida, foi a vez de Léo Cunha falar e contar sua experiência com a literatura, que começou quando a mãe tinha uma livraria. Esse incentivo à leitura continuou e despertou nele a vontade de ser escritor além de ser professor também. Segundo Léo Cunha, os pais devem ler até quando o bebê está ainda na barriga da mãe, foi o que fez quando sua esposa estava grávida de sua filha. Ele também lia quando ela ainda estava no berço. Hoje ela ama leitura.
Mas se nossos alunos não encontram nos pais o exemplo da leitura, cabe a nós professores os ingressarmos nesse mundo da imaginação, sonho e fantasia. Só assim poderão realmente receber as heranças da leitura que merecem e que têm direito de receber. Esse é o papel da escola, ainda que os pais não cumpram sua parte.
"A literatura como toda obra de arte é uma confissão de que a vida não basta."
Fernando Pessoa"

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