Estive a pensar sobre as coisas que me fazem feliz e pude perceber que não é preciso muito para me fazer sorrir. Basta que ouça o canto de pássaros e veja-os se enamorando em minha janela. Basta que uma criança me olhe com atenção e me abra um delicioso sorriso, isso me faz completamente feliz.
Basta que olhe para as nuvens e perceba quão maravilhoso é o céu. Basta parar para olhar o nascer do sol. Basta que possa ver amigos juntos se divertindo e pessoas ajudando umas as outras.
Será que precisamos tanto para sermos felizes de verdade? Somos felizes e não sabemos.
Somos felizes por poder ver as belezas da vida, por podermos sentir a brisa nos tocar, por podermos ouvir os sons da natureza, por podermos tocá-la sem nenhum mal lhe causar.
Se soubermos olhar a vida com mais simplicidade, talvez reclamaremos menos daquilo que pensamos nos faltar.
Somos rodeados dos bens da natureza dadas por Nosso Criador e cabe-nos cuidar e preservar com carinho de tudo que nos foi delegado. E assim perceberemos que nossa riqueza sempre esteve diante de nossos olhos, mas nunca fomos capazes de observá-la: a vida.
"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. "
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Memorial
Revirei as páginas de minha vida e me peguei pensando se na infância havia lido muitos livros. E para minha decepção pude perceber que não conseguia me recordar de nenhum título que me chamasse a atenção. Talvez até a 4ª série do ensino fundamental meus professores tradicionalistas não se preocupassem tanto com isso e poucas histórias me foram lidas nessa fase.
Quando entrei na 5ª série do ensino fundamental conheci uma professora de português chamada Vera que me despertou para a leitura. Ela passava muitas sugestões de leitura para a turma e eu sempre visitava a biblioteca. Foi com ela também que aprendi a gostar da língua portuguesa. Tudo que me ensinava aprendia com facilidade e então fui degustando passo a passo a reflexão da língua. Tive as melhores aulas de língua materna até a 8ª série do ensino fundamental.
Algo dentro de mim impulsionava para o caminho dessa professora. Tomei a decisão de fazer o curso normal, mesmo um pouco confusa de que caminho profissional seguiria. Durante os quatro anos de curso normal foi que descobri a verdadeira vocação: lecionar.
Numa escola de educação infantil pude colocar em prática toda vontade de ensinar. O momento mais maravilhoso era poder sentar em círculo com meus pequenos alunos e abrir um livro cheio de gravuras que encantavam. Nesse momento despertava em mim a contadora de histórias. Fiz de tudo para que meus alunos tivessem uma experiência marcante com os livros, coisa que eu não tive. Aos finais de semana, cada um levava um livro para os pais lerem com seus filhos e quando voltavam na segunda-feira, os alunos ficavam ansiosos para contarem suas histórias na "roda de conversa". No decorrer do ano, o meu maior prazer era ver esses alunos se alfabetizando, escrevendo suas primeiras letras e lendo seus próprios livros. Foram sete anos maravilhada com essas "gotinhas de sabedoria".
Mas nossa vida sempre passa por fases, como a transformação de uma lagarta em borboleta. Sim, também sofri uma metamorfose. Até o ano de 2005 vivi numa cidade do interior de São Paulo, ao lado dos pais, lecionando para alunos de pré-escola, fazendo faculdade de letras, vivendo, namorando, divertindo-me, terminando a faculdade, lendo, ah claro, os livros não poderiam ser esquecidos.
Em 2006, saí do casulo, sofri literalmente a transformação, casei-me, deixei meus pais, deixei meus alunos, deixei minha cidade, deixei meus amigos e vim morar na capital do Brasil, acompanhando meu marido.
No meu primeiro ano aqui, fiquei afastada da sala de aula, ainda estava fragilizada com a transformação. No segundo ano, uma nova experiência: trabalhar com adolescentes.
Ao final de 2008, posso dizer apesar dos obstáculos que enfrentamos com os jovens de hoje, que dei um salto positivo em minha vida, estou exercendo verdadeiramente minha profissão. Agora o que me resta é fazer com que a "borboleta voe mais alto" em busca de novos horizontes, em busca de novos conhecimentos, novos cursos, novos livros, novas maneiras de trabalhar com os alunos no mundo de hoje. Eu ainda não li o quanto deveria, mas quero iluminar ainda mais o meu caminho com as luzes do saber e isso só será possível se eu nunca parar de ler.
Quando entrei na 5ª série do ensino fundamental conheci uma professora de português chamada Vera que me despertou para a leitura. Ela passava muitas sugestões de leitura para a turma e eu sempre visitava a biblioteca. Foi com ela também que aprendi a gostar da língua portuguesa. Tudo que me ensinava aprendia com facilidade e então fui degustando passo a passo a reflexão da língua. Tive as melhores aulas de língua materna até a 8ª série do ensino fundamental.
Algo dentro de mim impulsionava para o caminho dessa professora. Tomei a decisão de fazer o curso normal, mesmo um pouco confusa de que caminho profissional seguiria. Durante os quatro anos de curso normal foi que descobri a verdadeira vocação: lecionar.
Numa escola de educação infantil pude colocar em prática toda vontade de ensinar. O momento mais maravilhoso era poder sentar em círculo com meus pequenos alunos e abrir um livro cheio de gravuras que encantavam. Nesse momento despertava em mim a contadora de histórias. Fiz de tudo para que meus alunos tivessem uma experiência marcante com os livros, coisa que eu não tive. Aos finais de semana, cada um levava um livro para os pais lerem com seus filhos e quando voltavam na segunda-feira, os alunos ficavam ansiosos para contarem suas histórias na "roda de conversa". No decorrer do ano, o meu maior prazer era ver esses alunos se alfabetizando, escrevendo suas primeiras letras e lendo seus próprios livros. Foram sete anos maravilhada com essas "gotinhas de sabedoria".
Mas nossa vida sempre passa por fases, como a transformação de uma lagarta em borboleta. Sim, também sofri uma metamorfose. Até o ano de 2005 vivi numa cidade do interior de São Paulo, ao lado dos pais, lecionando para alunos de pré-escola, fazendo faculdade de letras, vivendo, namorando, divertindo-me, terminando a faculdade, lendo, ah claro, os livros não poderiam ser esquecidos.
Em 2006, saí do casulo, sofri literalmente a transformação, casei-me, deixei meus pais, deixei meus alunos, deixei minha cidade, deixei meus amigos e vim morar na capital do Brasil, acompanhando meu marido.
No meu primeiro ano aqui, fiquei afastada da sala de aula, ainda estava fragilizada com a transformação. No segundo ano, uma nova experiência: trabalhar com adolescentes.
Ao final de 2008, posso dizer apesar dos obstáculos que enfrentamos com os jovens de hoje, que dei um salto positivo em minha vida, estou exercendo verdadeiramente minha profissão. Agora o que me resta é fazer com que a "borboleta voe mais alto" em busca de novos horizontes, em busca de novos conhecimentos, novos cursos, novos livros, novas maneiras de trabalhar com os alunos no mundo de hoje. Eu ainda não li o quanto deveria, mas quero iluminar ainda mais o meu caminho com as luzes do saber e isso só será possível se eu nunca parar de ler.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
A arte de ensinar
Ensinar é amar. É buscar a essência do prazer do outro. É acreditar na capacidade de construção do ser ainda que se esbarre em obstáculos.
A arte de ensinar envolve o concreto e o abstrato...
O concreto é a matéria, é o escrever, o ler, o assimilar. O abstrato são as relações que acontecem por traz do ensinar, envolve a empatia, o humor, o gosto, a vontade e por que não o amor?
Sem o amor nada se alcança, sem o amor nada se constrói, sem o amor não se atinge o coração do aluno e assim jamais se despertará sua mente para que realmente aprenda.
Para que haja aprendizagem verdadeira é preciso que haja uma situação de interação em sala de aula e para isso professor e aluno precisam aceitar um ao outro, num clima de respeito. O professor precisa aceitar a bagagem que o aluno traz de sua vivência, acima de tudo o que ele pensa da realidade.
Se o aluno pensa, ele é capaz de se expressar e essa expressão pode acontecer de diversas formas, uma delas é através da linguagem, mesmo que a linguagem usada por esse aluno esteja fora dos padrões formais de língua. E esse será o papel da escola, mostrar ao aluno que existem outras formas de comunicação que são vistas como formas prestigiadas da sociedade.
O professor que não cultiva dentro de si o cuidado ao passar esses ensinamentos correrá o risco de ser preconceituoso e negar qualquer outra forma de comunicação a não ser aquela aceita pela gramática normativa. A diferença na forma de ensinar está naquilo que já havia afirmado, ensinar com amor. É preciso temperar nossas aulas com amor para que ela se torne prazerosa e fácil de degustar, e só assim a escola deixará de ser meramente uma "panela" em que se jogam os ingredientes de acúmulos de informação.
A arte de ensinar envolve o concreto e o abstrato...
O concreto é a matéria, é o escrever, o ler, o assimilar. O abstrato são as relações que acontecem por traz do ensinar, envolve a empatia, o humor, o gosto, a vontade e por que não o amor?
Sem o amor nada se alcança, sem o amor nada se constrói, sem o amor não se atinge o coração do aluno e assim jamais se despertará sua mente para que realmente aprenda.
Para que haja aprendizagem verdadeira é preciso que haja uma situação de interação em sala de aula e para isso professor e aluno precisam aceitar um ao outro, num clima de respeito. O professor precisa aceitar a bagagem que o aluno traz de sua vivência, acima de tudo o que ele pensa da realidade.
Se o aluno pensa, ele é capaz de se expressar e essa expressão pode acontecer de diversas formas, uma delas é através da linguagem, mesmo que a linguagem usada por esse aluno esteja fora dos padrões formais de língua. E esse será o papel da escola, mostrar ao aluno que existem outras formas de comunicação que são vistas como formas prestigiadas da sociedade.
O professor que não cultiva dentro de si o cuidado ao passar esses ensinamentos correrá o risco de ser preconceituoso e negar qualquer outra forma de comunicação a não ser aquela aceita pela gramática normativa. A diferença na forma de ensinar está naquilo que já havia afirmado, ensinar com amor. É preciso temperar nossas aulas com amor para que ela se torne prazerosa e fácil de degustar, e só assim a escola deixará de ser meramente uma "panela" em que se jogam os ingredientes de acúmulos de informação.
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