"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. "
(Shakespeare, Sonhos de Uma Noite de Verão)

quinta-feira, 26 de junho de 2008

O termo Letramento



Hoje não pude comparecer ao curso, porém resolvi fazer uma pesquisa sobre o termo letramento e encontrei noções interessantes que gostaria de compartilhar.
Letramento é o resultado da ação de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter-se apropriado da escrita.
Surge, então, um novo sentido para o adjetivo letrado, que significava apenas “que, ou o que é versado em letras ou literatura; literato” , e que agora passa a caracterizar o indivíduo que domina a leitura, ou seja, que não só sabe ler e escrever (atributo daquele que é alfabetizado), mas também faz uso competente e freqüente da leitura e da escrita. Fala-se no letramento como ampliação do sentido de alfabetização.
O nível de letramento é determinado pela variedade de gêneros de textos escritos que a criança ou adulto reconhece. Segundo essa corrente, a criança que vive em um ambiente em que se lêem livros, jornais, revistas, bulas de remédios, receitas culinárias e outros tipos de literatura (ou em que se conversa sobre o que se leu, em que uns lêem para os outros em voz alta, lêem para a criança enriquecendo com gestos e ilustrações), o nível de letramento será superior ao de uma criança cujos pais não são alfabetizados, nem outras pessoas de seu convívio cotidiano lhe favoreçam este contato com o mundo letrado.
Estudiosos afirmam que são muitos os fatores que interferem na aprendizagem da língua escrita, porém estudos recentes incluem entre estes fatores o nível de letramento. Paulo Freire afirma que "na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede – a da 'leitura' do mundo, que aqui chamamos de letramento.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

O papel da fonética e da fonologia no ensino da língua

Durante nosso trabalho com o ensino da língua nos deparamos com alunos que ao escreverem um texto fazem uso de algumas palavras da forma como falamos. Escrevem "muinto" ao invés de "muito", "disconta" ao invés de "descontar", “mendingo” ao invés de “mendigo”, esses são alguns exemplos.
Para refletir sobre essa forma de registro da língua proponho lançarmos um olhar mais atento em como a criança descobre o mundo da leitura e da escrita.
A criança passa por todo um processo de construção do saber antes de se alfabetizar. Primeiramente, ela aprende que tudo que ela fala se escreve; depois precisa entender que algumas palavras apresentam formas diferentes na fala em relação à escrita. Então, ela começa a questionar: "Professor, se eu falo 'bolu', porque tenho que escrever 'bolo'?" Dizer que "nós é que falamos errado" nem de longe é a melhor resposta. É preciso fazer com que a criança compreenda que a posição da letra na palavra vai interferir no som. O som do "o" quando tônico se escreve como se pronuncia, como é o caso de "jiló", por outro lado, quando átono a letra “o” assume o som de “u” como em “globo” (globu). Esses são apenas alguns dos casos que podem ser explicados através da Fonética e da Fonologia, pois as duas ciências estudam o som. A diferença entre elas é que a Fonética tem o papel de descrever todos os sons pronunciados nas línguas e a Fonologia organiza esses sons.
No nosso encontro de hoje percebemos como os aspectos fonéticos e fonológicos podem nos ajudar na tarefa de conduzir nosso aluno ao mundo letrado, fazendo com que reflitam sobre o uso da língua e sua escrita.
Através de um trabalho de pesquisa feito por uma de nossas colegas, conhecemos algumas das propostas da professora Miriam Lemle, retiradas da obra Guia teórico do Alfabetizador.
Segundo Miriam Lemle para a criança aprender a ler ela precisa, primeiramente, saber o que é um símbolo, e para isso, basta levarmos para sala de aula como atividade de observação alguns símbolos encontrados no mundo.
Desenvolver a consciência da criança para percepção dos diferentes sons através da combinação de um grande número de letras que ela precisa conhecer é um processo que ocorrerá em todo caminho escolar através de exercícios que incluem desde criar listas de palavras que rimam até o exercício do ato de brincar de ler.
Para que a criança avance em seu processo de ensino é preciso criar exercícios desafiadores e que desenvolvam a reflexão e observação.
Quanto ao ato de corrigir nossos alunos, precisamos definir em quais aspectos nos deteremos (coerência, ortografia, estruturação do parágrafo, etc) para que não corramos o risco de corrigir demais e amedrontar quem está tentando escrever e acertar.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A língua como prestígio ou estigma

No encontro de hoje ficou claro em nossas discussões que o professor de língua portuguesa precisa repensar sua prática pedagógica. Somos professores de língua materna, a mesma falada pelos nossos alunos, por esse motivo, se eles sabem se comunicar como podemos dizer que não sabem o português? Nossos alunos sabem o português, o que acontece é que eles usam apenas uma variação da língua.
Existe uma constante avaliação social que atribui prestígio ou estigma às diferentes falas. O que percebemos é que quanto maior é o letramento, mais a fala se aproxima da linguagem padrão; por outro lado, quanto menor é o letramento mais estigmatizada se torna a fala do indivíduo.
Na prática, enquanto a elite possui o domínio da língua considerada politicamente correta, a periferia é vista como aquela que fala erroneamente.
A função da escola Pós-Moderna é a de incluir nossos alunos no maior nível de letramento possível. Eles precisam conhecer a modalidade de língua considerada padrão, pois essa é a chave para um futuro melhor.
Mas a escola não pode continuar com um discurso tradicionalista, em que o professor fala 85% e ao aluno resta apenas 15%. Está na hora de equilibrar essa fala, de tornar a escola verdadeiramente interativa. Trabalhar de forma interdisciplinar é uma forma de envolver o aluno e toda equipe de professores e assim, tornar as aulas mais atraentes e mudar a cara da escola.

"O principal objetivo da educação é criar homens capazes de fazer coisas novas não simplesmente de repetir o que outras gerações fizeram, homens criativos, inventivos, descobridores" Piaget

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Reformulação do currículo das escolas públicas

Nosso encontro aconteceu na Escola Parque da 307/308 Sul para discussões acerca da reestruturação do currículo das escolas públicas. O encontro reuniu professores de língua portuguesa e de língua estrangeira com o objetivo de dialogar sobre a reestruturação curricular com base nas novas diretrizes do MEC.
Inicialmente, houve uma explanação sobre o ensino de línguas estrangeiras na UNB, especificamente o espanhol, francês, inglês e japonês, e sobre a formação lingüística nessas áreas de estudo. Essa discussão sobre o processo de reestruturação curricular começou em 2004 e 2005 no âmbito do corpo docente e discente da área de letras.
Em seguida, ouvimos algumas colocações da Profª Jane. Segundo ela, "A educação é um vírus, quem vive pela educação já está doente de amor."
O conceito de currículo é "lugar onde se corre", e curiosamente aparece na obra de Bobblit com o significado de planificação do ensino. Segundo Jane, para serem coerentes, os currículos deveriam permitir o curso de vida ou a construção de uma trajetória única. Sabemos que nem tudo que está no currículo deve ser para sempre e se o mundo evolui, a mudança também se faz necessária para o currículo.
Temos ainda muitos caminhos a percorrer nessa discussão, logo outros encontros acontecerão para construção do novo currículo.
"Nascemos para aprender;
Nascemos para descobrir;
Nascemos para conhecer as leis da natureza, respeitar a lógica do vivente;
Nascemos para organizar, conectar, associar e classificar;
Nascemos para criar sentido, ancorar;
Nascemos para escolher, por conseguinte, nos engajarmos e decidir;
Nascemos para inovar, criar, imaginar, diferenciar;
Nascemos para trocar, interagir, entrar em reciprocidade." (Hélene Trocme - Fabre 2005)